quinta-feira, outubro 25, 2007

HUTÚZ 2007 ABETURA DIA 04/NOV

Centro Cultural e Esportivo da Cufa dia 04 de novembro - domingo
abrem-se as cortinas do picadeiro do CircoHutúz, apresentando um espetáculo que tem como objetivo apontar os holofotes para as preciosidades que a favela pode realizar através da arte. Caindo então por terra com o estigma negativo que rotulou a periferia por um longo tempo. Nesta data, oficialmente reconhecida pela Prefeitura Municipal da Cidade do Rio de Janeiro, comemora-se o DIA DA FAVELA. Uma conquista da favela para ela mesma, dando visibilidade às ações sociais que produzem arte como forma de contribuir para a reconstrução da identidadeda periferia.
O circo chegou!
Dia: 04 de novembroLocal: Espaço Cultural Cidade de Deus, Rio de Janeiro.


- basquete de rua -rap festival
-graffiti -latino americano
-feira -filme festival
-palco altrnativo -seminário
-skate -batalhas
-ocupaçao
-break

CUFA HUTÚZ 2007

POR Samantha Cris

segunda-feira, outubro 08, 2007

APRENDENDO COM QUEM SABE



Sábado (06/10) foi dia de ralação. Nada de corrida ou exercícios físicos. O esforço se referiu à aula do renomado roteirista Rafael Dragaud, realizada no Espaço Cultural da CUFA. Em sua terceira aula, Dragaud fez comentários sobre as escaletas (para as obras de ficção) e pesquisa dos personagens (dos documentários). Para aqueles que não sabem, escaleta é a seqüência numerada de acontecimentos de uma obra cinematográfica. É nesse momento que chegamos perto do que o filme vai ser. O roteirista disse ainda que a vontade de contar uma história está antes da criação do argumento. Pois é, e diante disso tudo, tome exercício mental para colocar as idéias no papel, de forma correta, eficiente e verdadeira ...Bom, no final a turma representou na disciplina e mandou bem o seu recado, mostrando que captou os ensinamentos do Mestre Dragaud. Agora é hora de desenvolver o roteiro. Então, mãos à obra! Quem também compareceu à aula foi a jornalista Lu Lacerda. Amiga do roteirista, Lu conversou com os alunos, tirou fotos e se mostrou interessada no projeto audiovisual desenvolvido dentro da CDD. Simpatia aliada à conscientização. Quem quiser conferir as fotos da galera e conhecer o blog da jornalista é só acessar: http://lulacerda.ig.com.br/home/index.php


Por Robson Santos
Foto: Lu Lacerda

sábado, outubro 06, 2007

1º Resumão de Felipe Muanis e Rafael Dragaud


O conflito de idéias entre os alunos, juntamente com o incentivo dos mais diversos profissionais do mercado audiovisual, ajudam a construir, bem como na qualifcicar adultos e jovens, na Central Única de Favelas (CUFA). Nesse contexto, o curso na Cidade de Deus transforma a vida de muitas pessoas interessadas tanto nas áreas de cinema, jornalismo, documentário e artes.

Durante as últimas semanas, professores discutiram sobre a importância de um bom roteiro e da caracterzação artística de cada cenário. O roteirista Rafael Dragaud disse que um filme deve ter alma, acima de tudo, para fazer sucesso. Segundo ele, não há fórmula mágica para emocionar o público, entretanto, todos os filmes que conseguem mexer com os sentimentos do (tele)espectador, têm em comum a humanidade, a aproximação, de uma forma ou de outra, com quem o assiste. Enquanto isso, o diretor de artes, Felipe Muanis, acrescenta que um filme por si só não é (pode ser) bom. Não basta "uma câmera na mão e uma idéia na cabeça", como afirmava Glauber Rocha. Por exemplo: fazer um filme que envolve tiroteio, drogas e mortes, não é, simplesmente, narrar uma história em qualquer lugar, de qualquer maneira. O cenário é tão, ou mais importante, do que a própria história, porque é através das roupas, estilos, cor de fundo, iluminação e maquiagem que o cena passa tons de realidade para a platéia. É neste instante que aparece a figura do diretor de arte. Esse profissional têm a preocupação de modificar o set, de modo que a história ficcional, escrita por um determinado roteirista, se aproxime do real (quando essa é a intenção do filme). A premissa é a mesma quando se quer sair do real e entrar no campo do imaginário, como nos casos de Star Wars (Guerra nas Estrelas), Men In Black (Homens de Preto) e Matrix.
Por: Paulo Brito

segunda-feira, outubro 01, 2007

Conexão e Ação

O premiado documentário Favela Rising (2005), que conta a história do Grupo Cultural AfroReggae, foi exibido na última quarta-feira (26/09), na PUC – Rio. Dirigido pelos norte-americanos Jeff Zimbalist e Matt Mochary, o filme tem como protagonista Anderson Sá, vocalista da banda e presidente da instituição fundada em Vigário Geral. Anderson, que quase ficou tetraplégico ao se acidentar gravemente quando surfava, compareceu à exibição e ressaltou a importância da integração das várias classes sociais para a construção de um Rio melhor.
- Cada vez mais vemos que, na situação que se encontra nossa cidade, temos é que nos entender e não um ficar olhando atravessado para o outro – disse.
De acordo com o cantor, os traficantes são apenas varejistas de um grande negócio. Segundo Anderson Sá, existem dois tipos de narcocultura: a ilícita, representada pelas drogas e armas, e a lícita, que gira ao redor do tráfico.
- A narcocultura vai além da criminalidade. Existe a narcocultura lícita, que está na questão do consumo, da estética, da gastronomia , e às vezes até ultrapassa a fronteira das favelas. Têm filmes e músicas que são uma narcocultura – explica .
Anderson, que já afastou diversos jovens da vida do crime, afirmou que, ultimamente, é a própria juventude do tráfico que procura o AfroReggae com o objetivo de sair da criminalidade. Ele mostrou satisfação com os resultados obtidos com o Projeto Juventude e Polícia, em parceria com a polícia militar de Minas Gerais. O principal objetivo é reduzir as barreiras entre jovens de periferia e polícia.
- O projeto é só felicidade. Têm 15 a 20 policiais em Belo Horizonte fazendo o que o AfroReggae faz aqui no Rio. Eles entram nas comunidades e escolas das periferias de lá e dão aulas de percussão, grafite, teatro... Os policiais absorveram tão bem o que ensinamos que, hoje, são multiplicadores – comentou o artista.
Para Anderson, é preciso ignorar a idéia de que negro no Brasil, para obter sucesso, tem que ser pagodeiro ou jogador de futebol. Para o vocalista, as oportunidades devem ser iguais.
- Não adianta dar ensino ruim para o cara, que ele não vai conseguir ser médico. Experimente dar o mesmo estudo, a mesma saúde e as mesmas condições de vida de um cara da classe alta para um da favela. Esse cara da favela vai competir e vai ter o mesmo currículo que o da classe alta – disse Anderson Sá, que considera a educação importante, mas acredita que, a curto prazo, deve haver um foco maior na questão do emprego.
O artista falou ainda do projeto Favela 4, parceria entre AfroReggae, CUFA, Observatório de Favelas e Nós do Morro. A idéia, segundo Anderson, é pensar em estruturas que desenvolvam ações de melhoria, através do intercâmbio e troca de experiências entre as ONG’s.

Por Robson Santos
Foto: Gabriela Ferreira/PUC-Rio