Sábado (01/09) foi a continuação da aula de Rafael Dragaud. Foram determinados os quatro grupos (Loucosmotiva, Artmix, Força Coletiva e Betamoviola) e os componentes destes. Cada grupo expôs suas sinopses e Dragaud apontou caminhos a seguir, dando sugestões e mostrando os erros. O roteirista explicou que existem pessoas que chamam sinopse de argumento e vice-versa. Ao reduzir uma história em cinco linhas você escolhe palavras (pontos) em detrimentos de outras. Torna-se preciso mostrar sua essência. E deu dicas do bom filme.
- O filme bom você tira o som e entende tudo o que está acontecendo- falou Dragaud.
Ele mostrou a semelhança e diferenças entre jornalismo e documentário: ambos promovem reflexão. No entanto, o jornalismo está no mundo para responder às seguintes questões (lead): Quem? Onde? Quando? Por quê? Que? Já o documentário, algumas vezes, é da ordem do Por quê (mas isso seria muito arrogante). Tal obra não deve induzir as pessoas e, portanto, deve ser da ordem do Como.
- A mídia do documentário não tem a obrigação de ser isenta, mas não deve ter a pretensão de panfletar em favor de uma tese. O documentário não tem vínculo narrativo algum – explicou o profissional, que recomenda roteirizar o documentário depois.
Dragaud afirmou que os 12 passos não são regras, mas sim, padrões narrativos bem sucedidos. Para ele, é preciso investigar no filme a ser desenvolvido, o ponto com valor universal, ou seja, aquele que toca a todos.
Ele citou ainda, o documentário “Camelos também choram”(2003), indicado ao Oscar de Melhor Documentário. O filme tem o objetivo de falar sobre uma família de nômades criadores de camelos, do Deserto de Gobi (Mongólia). No entanto, a visão da obra se volta para o drama de uma mãe-camelo, que passa a rejeitar o seu filhote, após o parto.
- Não adianta você ficar com a cabeça para baixo e não perceber o que está em volta, quando se está fazendo um documentário- Alertou Dragaud.
Mais uma vez, uma tarde de sábado toda voltada para o aprendizado intenso.
Por Robson Santos